Que Choque Rei Sou Eu?

Domingo 9h. Acordo no susto, após uma noite mal dormida. Estou atrasado para o Choque Rei. Situação inusitada, pois salvo as decisões da Copinha nunca havia levantando tão cedo para um clássico. Chego na Praça Charles Miller às 11h em ponto, segundo o relógio de rua, e observo a movimentação dos funcionários do Circuito das Estações correndo contra o tempo para a desmontagem do evento.

Cabe lembrar que esta etapa da corrida havia sido marcada há cerca de 3 meses e o duelo entre São Paulo x Palmeiras estava previsto inicialmente para o Morumbi – sendo transferido para o Pacaembu, por conta do atraso na reforma do gramado – a ser jogado às 16h – antecipado em 5h, por determinação da PM, devido ao Ato Contra o Governo Dilma – prejudicando a recuperação da delegação são-paulina (e de parte da torcida, visto que a caravana à Buenos Aires só retornou no final da tarde de sábado).

No caminho para o Estádio Municipal, diversas vias que servem de rota aos torcedores foram fechadas e centenas de são-paulinos se encontravam nas imediações do Portão Principal, enquanto a bola já estava rolando. Felizmente não houve tumulto e a entrada foi facilitada, algo não muito usual nestas situações, talvez um reflexo do ordenamento para a dupla jornada dos homens da lei.

A escalação de ambas equipes refletiu a preocupação com os próximos compromissos pela Copa Libertadores e a atitude em campo foi um reflexo dos resultados da última semana pela competição internacional. Enquanto o Palmeiras, comandado pelo interino Alberto Valentim, estava visivelmente nervoso pelo revés diante do Nacional-URU, o São Paulo parecia ter recuperado a confiança no empate com o River Plate. O domínio tricolor durou até o gol (mal) anulado de João Schmidt, cabendo aos alviverdes os lances de maior perigo no final do 1º Tempo.

Edgardo Bauza buscou os três pontos ao sacar o estreante Daniel para dar lugar a PH Ganso, de noite monumental na quinta-feira. Porém, foi o Verdão quem abriu o placar, em mais uma falha do sistema defensivo na temporada. O nervosismo trocou de lado e os clube mandante não se encontrou mais na partida, com direito a outro golaço de Robinho em cima do Tricolor. Com a vitória, o Palmeiras quebrou um tabu de 14 sem vencer o rival como visitante.

O clima seguiu tenso na saída do Pacaembu, quando uma briga entre membros de uma mesma torcida organizada do São Paulo gerou uma perseguição indiscriminada por parte da Cavalaria e Rocam, disparando balas de borracha e gás lacrimogênio inclusive na equipe de seguranças do Circuito, que acompanhavam a desmontagem do evento. Aproveitando-se da situação, um torcedor sem camisa, pegou um tripé dos stands e arremessou em direção a uma viatura, desfecho trágico desta manhã anormal para um clássico do futebol paulistano.

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